Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei.
- Martha Medeiros

quarta-feira, 15 de maio de 2013

“Ei, se cuida. Vejo que tenhas procurado novos caminhos, novas alegrias. Seus dias estão sendo ensolarados por aí? Aqui só chove, e anda fazendo muito frio. Mas ainda estamos em março, estranho. Acho que dentro de mim me faz sentir sem um calor, aquele calor humano que você me dava. Foi difícil para você? Imagine para mim. Mas foi o melhor, eu sei que foi. Sempre falávamos que nada nem ninguém iria nos separar, e acabamos por nós mesmo fazendo isso. O mundo por aí é fácil? Aqui cada vez parece que o fim bate em minha porta, mas sou forte, você sabe. Novas pessoas entrando em sua vida, na minha também. Um dia vamos nos esquecer, quem sabe em novembro eu apareça atrás de notícias suas, se a saudade for maior que a minha memória fraca. Mas saiba que o seu lugar nunca será ocupado, mesmo que desconfie, ele sempre estará aqui, à teias de aranha, com cheiro de mofo, velho, pois foi isso que restou. Se cuida, tudo bem? Sei que está bem, sempre esteve. Agora vamos, os dois, você para frente, eu para o passado, tentando mais uma vez tentar encontrar onde eu errei.“

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