Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei.
- Martha Medeiros

domingo, 14 de outubro de 2012

“O nosso caso é música, tipo romance sertanejo, ginga de samba no trabalho, um reggae se eu te beijo. Na briga, amiga a gente é punk. Mas na cama tu diz que me ama e a gente faz um funk. Viver nunca é fácil, pra mim também não é. Já andei sem foco, sem força, só contando com a fé. Achei meu foco no amor dessa mulher, quando eu disse “sou pobre, sonhador” e ela disse “já é”. Se ela fosse um Rap, seu cheiro seria o beat, pra ver ela outra vez eu deixaria no repeat. Saberia de cor cada linha, cantaria e declararia pra todos que aquela música é minha. O primeiro acorde seria o seu olhar. A introdução seria o seu sorriso; seu corpo, o improviso, com a letra mais treta de rimar e seu beijo seria o refrão mais fácil de lembrar. E eu lá, não tinha um tostão, pulava de chinelo a catraca do busão. Eu tinha vontade, mas não tinha uma razão, foi quando eu te encontrei, sem ar, sem chão. E você me quis assim. Pra ti oferecer. Pra te pagar. Pra fortalecer… Mas com o suficiente pra fazer tudo por você. É hora do aluguel, chegou o fim do mês, Deus queira que o despejo não nos pegue dessa vez. Ração pros dog, macarrão pra noiz e pra vocês, que acreditam que na busca do amor não existe leis. Eu vagabundo, ela linda… Dormindo no meu peito desse jeito, mais ainda. Era amor de verão, eu te pedi uma chance e aí a gente passou longe desse lance de “um lance é um lance”. Eu sempre disse que ia clarear, clareou! Nosso som ainda é “até o final”, não “acabou”. Cansei de ir tão longe, trouxe pra morar comigo, que o mundo exploda se seu coração for meu abrigo. Te ligo daqui pra dizer que tô indo, o avião já tá saindo. Chavequei na cara de pau, vai dizer que eu sou lindo, trabalhei feito jegue na roça, carroça e meu som, nossa rosa é meu bom. Entreguei por um sonho, botei fé em mim pra viver do meu dom. A vida quis que assim acontecesse, me deu a opção pra que eu me resolvesse. Chico Buarque faria mais trinta som se ele te conhecesse… Mas não foi ele; fui eu, e eu faço Rap, então fiz esse. Romantico, malandriado, maloqueiro, apaixonado, jogado a seus pés, exagerado. Nem Chuck Norris, nem Jack Bauer, neguinha… Fica tranquila que a missão de te fazer feliz é minha.”
~ Projota

Nenhum comentário:

Postar um comentário