“Eu não quero que você me busque num super potente
carro, eu só quero que quando você me beije, eu não deseje mais nenhuma
força do universo. Estou pouco me lixando se o restaurante tem várias
cifras no guia da Folha, mas gostaria muito que a gente esquecesse das
mesas ao lado e risse a noite toda, eu até brindaria com água sem
bolhinhas. Sério que tem uma pousada mega-master com ofurô em cima da
montanha e charretes cor-de-rosa que trazem o café da manhã? Dane-se, se
você conseguir passar, nem que seja algumas horas, encantado pela
gente, essa será a maior riqueza que eu posso ganhar. Sim, a tecnologia é
mesmo fantástica, só que hoje eu queria sumir com você para um lugar
onde não pegue o celular, não pegue a internet, não pegue a televisão,
mas que a gente, em compensação, se pegue muito. Sim, sim, música
eletrônica é demais, celebrar a vida com os amigos é genial, pular bem
alto é sensacional. Mas será que a gente não pode colocar um Cartola bem
baixinho na vitrola e dançar sozinhos no escuro, só hoje? Será que a
gente não pode parar de adjetivar o mundo e se sentir um pouco?”
— Tati Bernardi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário